Franciscus: a luta pelos direitos humanos deve continuar

Papa Francisco morreu nas primeiras horas desta segunda-feira (21/04)

Divulgação - Vatican Media

Acompanhei o papado de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, desde o começo — sendo mais específico, desde aquele 13 de março de 2013, o dia em que ele foi eleito o líder da Igreja Católica. Ele morreu nesta segunda-feira (21/04), mas deixou um legado de grandes lutas pelos direitos humanos.

Como ele mesmo disse "Precisamos de pontes, e não muros", frase essa dita durante o primeiro governo de Donald Trump, em meio à problemas envolvendo à migração de pessoas. E muito de migração e problemas envolvendo isso foram pautas do papado de Francisco.

Vi muitas vezes ele criticar e pedir a misericórdia de Deus sobre a crise dos refugiados, na metade da década passada. E me lembro de vários discursos dele sobre a importância de se acabar com os conflitos mortais, que causam problemas para muita gente.

Uma das coisas que ele queria era o fim da guerra contra o povo Palestino, fato que ele tentou resolver, mas não conseguiu devido o ego e a maldade de líderes. Outra guerra não resolvida é a da Ucrânia, que pelos mesmos motivos,não foi resolvida.

Os líderes deste mundo são doentes, precisam de paz, e precisam conciliar-se com quem eles estão em conflito. Não podemos esquecer do que o Papa Francisco fez nesse sentido: a conciliação entre Cuba e os EUA, no governo Obama; um acordo de paz entre o governo da Colômbia e as guerrilhas armadas do país, entre tantas outras situações.

Também não podemos esquecer os direitos dos LGBTQI+. Ele aceitou essas pessoas, e considera que o casamento gay não deve ser considerado crime. Em uma entrevista à Associated Press ele disse: "Somos todos filhos de Deus, e Ele nos ama pelo o que somos e pela força que cada um de nós temos para lutar pela nossa dignidade. Ser Homossexual não é um crime [...]. "Sim, mas é um pecado". Mas vamos distinguir o que é pecado e o que é delito. E também é pecado a falta de caridade com o próximo.", foi o que ele disse na entrevista. Isso marca todo mundo que viu a luta e a conquista por esses direitos nos últimos anos.

Mesmo que ainda existam candidatos e membros da Santa Igreja Católica que desejam retroceder à essas conquistas, nunca devemos esquecer o que ele fez por essas pessoas e pelo mundo. Ele sempre, também, comentou sobre as mudanças climáticas e sobre como estamos matando a natureza.

Papa Francisco. Um nome que vai ecoar por gerações como o primeiro papa Francisco na história da igreja. Mas também como o primeiro que fez reformas que valorizaram os mais pobres, os excluídos e aqueles que estavam à mercê de governos que matavam, e que ainda matam, os vulneráveis.

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